Voltei a minha velha casa. Estava sentado ali no braço da poltrona que dá de cara com a rua e fiquei olhando pela lente da câmera como as coisas são, ou melhor, deixaram de ser. Tudo está tão igual e ao mesmo tempo tão diferente. Ainda vejo os gatos acasalando loucamente nos telhados do vizinho, mas eu já não sou um moleque que acha isso tão engraçado. Os prédios são os mesmo, mas as pessoas mudaram e perderam todo seu encanto. Goiânia é minha casa mesmo, não tem jeito. Quando eu vejo esse calor ofegante dos diabos eu me sinto o ser mais perfeito dentro de todo esse caos.
Pensei seriamente que a viagem seria um porre, onde eu passaria mal no meio do caminho com aquele calor maldito e o sacolejo do ônibus. Nem fiquei pensando muito no trajeto e acho que ajudou um bocado. Fiquei pensando em todas as coisas que aconteceram neste ano e foi legal relembrar algumas coisas. Nossa condição de fodidos se alterou um pouco este ano e tive uns bons pontos positivos de flerte, isso não é importante, mas o homem precisa de ego. Falando em ego, me senti machinho na viagem. Ajudei uma garota sem ficar encabulado e sem ser atrevido. Eu odeio ser inconveniente para pessoas que realmente importam pra mim ou que poderão ser interessantes.
Ela subiu em uma parada em São José do Rio Preto, pensei que estaria fudido, pois lá estava ela com aquele garoto de colo. E Deus sabe o quanto sou intolerante quanto a crianças de colo em viagens. Mas aí eu vi aquela saia estilo indiana com um vermelho apagado e várias estampas hindus e me apaixonei na hora. É uma bela de uma cretinice se apaixonar por uma parte do corpo, mas por roupa ou objeto é a estupidez em seu estado extremo. È assim que acontece. Perfumes, saias, tênis, piercing, óculos e tudo mais. A beleza de cada um desses objetos em determinada pessoa me fascina.
Sentou ao meu lado, estava na poltrona 30 e ela na 34. Era a poltrona do lado. Até comecei a achar o bebê bem bonitinho e tal. Aí ela dormiu e só falou um Obrigado pra mim a viagem inteira, eu ajudei ela a achar sua carteira de identidade no escuro. É bom quando algo assim acontece. Sua viagem melhora 100% e você parece ter um futuro promissor na cidade natal. A ansiedade me acerta em cheio e agora são 9 da manhã do meu primeiro dia aqui. Estou ouvindo o Cazuza cantar e vou esperar meu amigo chegar pra gente não fazer nada junto, fico feliz que essas pequenas coisas não tenham mudado.
seu texto ficou bom. eu keria escreve algo melhor mas tem um idiota aki do lado falando merda! flw.
By: mateuz on janeiro 16, 2008
at 5:30 pm
quero ver as fotos, quando voltar. um dia embarco no ônibus com vc…e visito minha best amiga que mora em goiânia! =*
By: Larissa Tietjen on janeiro 17, 2008
at 12:11 am
É bom não fazer nada junto, em qualquer lugar do planeta.
Gostei do seu blog e do texto.
By: Leticia on janeiro 17, 2008
at 5:59 pm
Tudo bem, faça nada aí e volte revigorado para as nossas costumeiras noites bizarras no inferno de balneário camboriú.
Estou com saudades, dê sinal de vida.
By: larissaguerra on janeiro 18, 2008
at 11:24 pm
não sabia q vc tinha prestado tanto atenção na mulher de saia longa. heuaheu
p.s
foi bom não ter passado mal.
By: Petra on janeiro 21, 2008
at 2:18 pm
Sempre bom.
By: Arthur on janeiro 23, 2008
at 6:18 pm